A parlamentar, que participou da criação do MDB catarinense, lembrou que, na época da formação dos partidos brasileiros “de um lado ficaram os que aderiram ao poder e suas manobras, e de outro os que tinham como estandarte a não aceitação da quebra da ordem legal do País. O MDB tornou-se uma grande frente das oposições, em Santa Catarina e no Brasil.”.
Ainda fazendo um resgate da tradição democrática da sigla, a deputada citou fatos e peemedebistas históricos para relatar a participação do PMDB na construção da democracia, mas não esqueceu de destacar o trabalho da militância, que ela chamou de “heróis anônimos”.
Para encerrar, a parlamentar citou uma frase do grande timoneiro do partido, Ulysses Guimarães: “passado é o que passou. Não passou o que ficou na memória, ou no bronze da história. O PMDB é também o passado que não passou”, e acrescentou, “eu diria mais, o PMDB é o futuro”.
Confira o discurso na íntegra:
"Senhor presidente,
Senhoras Deputadas, Senhores Deputados
Público que nos assiste
Telespectadores da TV AL
Ouvintes da Rádio Alesc Digital
Peemedebistas
Hoje, no aniversário do nosso MDB, depois PMDB, do qual fui uma das fundadoras, não poderia me furtar de prestar minha homenagem, pois sou do tempo em que ser “emedebista” era a mesma coisa que estar marcado ‘a ferro’, como se fosse gado.
Agora, com a democracia conquistada por nós – emedebistas históricos – tudo fica mais fácil.
O MDB sempre nos orgulhou pela sua história. Convivemos com grandes mestres do partido, como Ulysses, Teotônio Vilela, Dante de Oliveira, Freitas Nobre e Marcos Freire. E ainda temos a honra de contar com Valdir Pires, Fernando Lira, Pedro Simon, entre outros....
Mas também testemunhei e arregacei as mangas para a construção do MDB catarinense...o PMDB de Pedro Ivo, Casildo Maldaner, Paulo Afonso, Pinho Moreira e Luiz Henrique, só para citar os nossos governadores.
E não vou numerar outros homens honrados, que não foram governadores, mas foram essenciais para que o PMDB chegasse onde chegou.
Lembro o ano de 1965, quando importantes líderes nacionais foram eleitos para os governos da antiga Guanabara e de Minas Gerais. Foram grandes heróis que derrotaram os candidatos apoiados pelo regime autoritário instaurado em 64.
Em Santa Catarina, de um lado ficaram os que aderiram ao poder e suas manobras, e de outro os que tinham como estandarte a não aceitação da quebra da ordem legal do País.
Aqui formou-se um grupo com militantes que vinham do antigo Partido Trabalhista Brasileiro – o PTB, aos quais juntaram-se líderes expressivos do Partido Social Democrático – o PSD, e da União Democrática Nacional – a UDN.
O MDB tornou-se uma grande frente das oposições, em Santa Catarina e no Brasil. E foi conquistando tantos espaços importantes que, em 1980, tentando enfraquecê-lo, o governo militar abriu o leque para registro de outras siglas e forçou a mudança de nome, surgiu – então - o PMDB.
Com uma história de heroísmo, amor à democracia e ao povo brasileiro, proporcionado por homens e mulheres, contra a pressão das armas, das perseguições e das ameaças, iniciou-se a construção do mais antigo partido político da republica do Brasil.
O nosso partido teve participação decisiva em campanhas como a da Anistia, das Diretas-Já, lançando as bases para a reconstrução da tão almejada democracia, que era o clamor do povo.
Quem olhar as lideranças do PMDB verá a representação do caráter nacional, entre cujos atributos se destacam a tolerância, a capacidade de conviver com os contrários.
O compromisso do PMDB sempre foi com a Democracia.
Nós formamos um partido que nunca exerceu o poder por força de golpe ou de soluções extra-constitucionais. Sempre exercemos mandatos populares com a força do povo e do voto.
Nós temos serviços prestados com a Nação, quem lê a história sabe muito bem. Isto as urnas sempre reconheceram, haja vista o crescimento partidário. Homens e mulheres de fé e de garra.
Minhas homenagens aos nossos corajosos militantes de tantas e tantas lutas.
O passado constitui-se na caução e garantia de que o partido dispõe de quadros para o exercício das funções inerentes à República.
Essa diretriz pautou a história do PMDB, que não crê em caudilhos ou salvadores da pátria, e – sim – tem na militância a sua força.
Quem não considerar esses fatos, não entenderá a energia e a vitalidade que o voto popular inspira ao PMDB.
Termino esse pronunciamento – que muito me honra fazê-lo – reforçando o meu compromisso com o desenvolvimento de Santa Catarina, e engrandecendo os representantes “peemedebistas” nas câmaras de vereadores, nas assembléias legislativas, na Câmara e no Senado Federal.
E encerro citando o nosso grande timoneiro – e sempre presente – doutor Ulysses Guimarães:
“Passado é o que passou. Não passou o que ficou na memória, ou no bronze da história. O PMDB é também o passado que não passou”.
E eu diria mais, diante do atual cenário político: o PMDB é futuro!
Esse é o nosso PMDB!
Muito obrigada."
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